Ser.

Sabe do que eu preciso? Eu preciso de fantasia, do poder de poder sentir o que é ter fé, de sentir uma liberdade inigualável. Eu preciso de manhãs ensolaradas, de um mar azul na minha frente me impondo toda sua imensidão. Eu preciso sentir mais e mais os milagres diários que eu presencio, mas que muitas vezes pela minha cegueira não consigo ver. Eu preciso ter à minha volta pessoas felizes, de pensamentos positivos e que creiam no amanhã. Eu preciso sentir a vida, viver a vida, degustar a vida... Bons livros, boas musicas, boas pessoas, bons lugares; nada que seja conturbado, talvez um lugarzinho que caiba só você e eu, ou um "lugarzão", porque se eu for colocar pra fora todo o meu amor um lugar pequeno não irá caber... Sabe o que eu quero? Beijos demorados, abraços apertados, um amor demonstrado; o que eu só tenho com você. Sabe o que eu mais quero? Quero não querer, eu quero é ser... Unica, transversal,mutável, inimaginável... me perder e só me encontrar em você.

Hoje foi um dia especialmente difícil para mim, isso não quer dizer que todos os outros não foram, mas é que tudo hoje estava tão intenso no meu íntimo que parecia ter sobre meus ombros os peso da tua falta.

Não sei se você acreditaria, mas acordei sentindo o teu cheiro, e me abracei tão fortemente com o meu travesseiro na estupida esperança de que de alguma maneira aquele cheiro não fosse escapar de mim, mas escapou, e a partir daquele momento, tudo começou a piorar.

Passei o dia me lembrando daquela mensagem estupida que tinha me mandado no dia anterior, sabe, você não tem noção do quanto me machuca me afastando assim, e me tratando com essa frieza; já parei de contar quantas vezes eu escutei das outras pessoas pra eu me libertar de ti, no entanto sempre as digo que você precisa de mim, e que eu não posso te abandonar, que eu te prometi sempre ta do teu lado, mesmo que isso seja extremamente dolorido... Agora eu to aqui, ouvindo a musica que você disse que se parece com a gente, e que inúmeras vezes eu pensei ser mentira sua, mas que dentro de mim, eu sinto que ela parece mesmo com a gente, e que todo o sentimento que tem nela é verdadeiro, mas ouvi-la machuca... Hoje machucou mais do que nunca.

Hoje estava eu a cozinhar e lembrei do dia que você disse que eu ia ter que aprender a fazer isso, e quando eu fui lavar as louças sujas lembrei com um sorriso no rosto do dia em que você estava aqui em casa encostado no balcão me observando e depois veio e me abraçou e beijou de leve meu pescoço... Hoje eu li o que você havia me escrito, e também me perguntei se aquilo era verdade, lembro que no dia em que você me mostrou eu chorei igual uma boba, e lembro que eu estava deitada no teu colo no sofá aqui de casa e que quando você me viu chorar, você me abraçou e disse baixinho que me amava, naquele momento eu não queria mais nada, só queria sentir o teu abraço e o teu cheiro para sempre.

Também lembrei do dia em que fui para sua casa, foi um dos dias mais felizes contigo... esperava mais dias iguais àqueles, ainda hoje lembro perfeitamente dos teus olhos, eles tinham uma mescla de amor e adoração, até hoje me pergunto, se tudo for uma mentira como consegui me enganar com aquele olhar? Naquele dia eu almocei contigo, lembro que eu te fiz comer a mesa, e lembro que você fez isso com uma enorme vontade de ir se sentar ao chão... Você tem cada costume, também lembro de você me atacar na cozinha enquanto a sua mãe estava no quarto dela, foi muito engraçado, foi tão feliz, eu só queria que tudo voltasse.

Hoje também vi as nossas fotos, as nossas primeiras fotos, das primeira vez que você veio aqui, e daquele encontro de carro que nós fomos, e nos beijamos pela primeira vez, e todas elas me trouxeram um misto de tristeza e alegria... Uma tristeza que me lembra que eu não tenho mais o teu sorriso, nem as tuas brincadeiras, uma tristeza que me lembra que eu não posso mais ser alucinadamente feliz, por que eu não te tenho mais comigo pra me fazer assim... Hoje realmente foi um dia difícil, senti cheiros, vi coisas, li outras... Hoje foi um dia deliciosamente triste, senti tudo de novo, toda aquela vontade de ter, hoje foi difícil, pois me permitir sentir tudo o que eu estava lutando pra não sentir, aquela saudade gostosa, dolorosa, devastadora, hoje eu só queria você aqui, só isso, isso não é pedir demais, ou é? Não sei, só sei que eu te queria aqui, pra poder me sentir inteira novamente. 

O desabafo de um coração

Vazio
Esse é meu novo nome
Escuro
Essa é minha nova face
Triste
Triste mesmo por não ser..
Feliz
Já me desconheço assim

Onde, meu Deus do céu, só me diga aonde me encontro?
Cadê? A tal da felicidade que me inundava?
Ta tudo tão falso, tão artificial
Ando esperando muito dos outros, mas não consigo dar  nada de mim

Seca
Não consigo sentir...
Dor, amor,
O coração bater.

Sei que sinto, mas transmitir, não

Ai meu Deus do céu, traz de volta pra mim minha luz...
Meus sorrisos bobos...
Anda tudo tão cinza
Eu só queria um pouco de cor.

Desdéns

A tarde passa logo,

A noite passo ao relento

Perdida trafego pelas tristes ruas desertas de minha fortaleza

Me encontrando com alguns, e me perdendo de outros

Me encho de desdéns por mim mesma

Me rasgo

Me abro

Me devoro

Me odeio

E ainda assim me amo.

Sou e não sou

Quero ser, poder, ter

Me doar, e receber

Me faltar e ainda assim, ser completa

Transbordar a mim mesma em minhas águas,
E conhecer mares distantes

Espirito livre de toda algema
Coração volátil, com sede de vida
Corpo predador, com fome de tudo
Tudo o que vem, e tudo o que se vai.

ZÉ RAMALHO CHÃO DE GIZ

Falei...

A ferida estava fechada

Não cicatrizada, faltava pouco...

Já não via os teus olhos em tudo,

E nem o teu toque em todos.

Meu coração já havia voltado a bater normalmente

Já não palpitava tanto com algum indicio teu

Minha mente já tinha parado de imaginar como seria

Se tivéssemos um "happy end"

E como seria acordar e te ver do meu lado

Mas, eu não entendo o prazer que tens em me deixar desorientada

Perdida, confusa.

Me deixa, depois volta

Solta e depois puxa...

Já sofri, me perdi, me desorientei...

Falei pra ferida em mim, que ao invés de simplesmente se fechar, se soldasse.

Falei para o meu coração que era pra parar de dar palpite, pois agora quem mandava era eu.

Falei à minha mente que parasse de imaginar algo que nunca aconteceu, pois o que importa é o que vai acontecer.

E entendi, que o prazer que tens em me deixar presa a ti, é somente um arrependimento...
É que você acha que ainda me ama, e por achar, me solta e me prende, pois tenta ter certeza do que sente.

Homem não dança.

(A corrigir)
Narração, para o laboratório de redação.


Hoje eu acordei já querendo ir dormir de novo, me tortura a ideia de ter que ir ao colégio e enfrentar uma guerra épica todos os dias, mas as coisas geralmente nunca acontecem como desejamos.
 Já na escola, imaginava como seria o intervalo, que eu apelidava gentilmente de "a hora do terror", esse nome singelo servia para me lembrar do que sempre acontecia comigo nos corredores no meu horario livre: Banhos diários nos sanitários, empancamentos nos corredores, chacotas, e apelidos, e isso tudo, porque eu simplesmente não era bom em esportes, e nem com musica, e muito menos com garotas, mas tinha uma coisa que eu realmente tinha talento, eu dançava Ballet, e isso é ofensivo aos demais, homem não dança, (sempre achei esses prognósticos ridículos), as coisas pioraram depois que descobriram o meu segredo
 O que mais me irritava de tudo isso, era que sempre os meu agressores saiam impunes das coisas que faziam, por mais que fossem delatados, nada os acontecia, mas um dia eu cansei de apanhar, e resolvi revidar, quando estava andando pelo colégio, um dos valentões me pegou pela camisa e me deu um murro, no mesmo instante lhe dei um chute com toda a minha força entre suas pernas, e o disse, enquanto estava deitado no chão cheio de dores, que nunca mais voltasse a me importunar, porém, para o meu azar a direto sai da sala da frente, e vê toda a minha agressão, fui mandado a coordenação, chamaram os meus pais, e avisaram de uma suspensão de uma semana, fiquei triste pela suspensão, mas fiquei mais feliz ainda por ter revidado e mostrado que eu podia me defender também!

Continuação do cap 1

- Não, mas morrer vai me levar a ele! Não tenho mais motivos pra viver, não quero mais mãe! Você não sabe o que eu to sentindo, então não venha me dizer pra eu ser forte, ou que ele não ia querer me ver assim, eu sei que ele nunca iria querer que eu ficasse desse jeito, mas é inevitável! Eu me fui junto com ele! - já gritando diz - Vai embora daqui, me deixa viver, ou melhor, morrer em paz!
 Então a mãe a puxou pelo braço e a envolveu em um forte abraço e chorou com seu rosto encostado em seu cabelo - Eu nunca vou te deixar! Eu não vou te abandonar minha filha, eu não vou deixar você se abandonar! Sou sua mãe, sua amiga, e de maneira nenhuma vou permitir que você fique assim, nem que eu tenha que dedicar todos os segundos que restam da minha vida pra eu salvar a sua! - A abraçou mais forte - Eu te amo muito, bem mais do que amo a mim mesma, e sou capaz de dar todos os meus segundos a ti! Agora, por favor levanta, faz uma força, sei  que dentro de ti ainda tem um pouco de coragem pra viver.
- Não mãe, já te disse, vai embora, minha vida se esvaiu de mim, nada mais tem cor ou sabor, não tenho motivos pra existir.
 A mãe juntou toda a sua força, e a puxou pelos ombros, a levantou, levou-a até o banheiro a força, enquanto ela se debatia,(pois queria permanecer em seu "leito") a colocou embaixo do chuveiro e lhe deu um banho, depois a vestiu, (Anne já não fazia mais nenhum esforço para lutar contra sua mãe, pois sabia que não desistiria) conseguiu fazer com que ela comesse um pouco, e lhe deu um copo de leite.
 Comeu mais para acalmar sua mãe, mas ainda tinha em mente a vontade de voltar a definhar em sua cama, olhou para a mãe e falou: - Porque insiste em fazer isso? A senhora sabe que assim que a senhora sair daqui eu vou voltar para o meu antigo estado.
- Meu amor, já te disse, não vou te deixar, não vou sair daqui, vou me dedicar até o meu ultimo suspiro a você!
- Ta certo mãe, vamos ver até quanto tempo a senhora aguenta isso meu.
 A mãe sorrindo afaga a cabeça da filha - Não vou cansar de você minha princesa, cuidei de ti até ser independente, e posso continuar te cuidando - beijou sua testa e saiu para pegar algo no armário da cozinha.

Cap 1

- Anda querido, não vá se demorar!
- Me demorar pra quê?
- Pra se dar conta de que é você quem eu amo, e é com você que eu quero ficar!
- Ah meu bem, disso eu sei, da pra ver em seus olhos, já te disse, posso te ler, você é transparente pra mim, e é assim, por que eu também te amo, e por te amar, te conheço, da mesma maneira que sei que você pode me ler... Nunca iria me demorar, pois sem te ter sou como o mundo sem o sol, sem sua luz, e seu calor... Agora, sorria para mim aquele teu sorriso iluminado pro meu dia ficar feliz.
- Você, sempre sabe como me desmontar né? - suspirou profundamente e o olhou dentro dos olhos, como se pudesse prever todos os seus atos - Porque você sempre faz isso hein? Me deixa sem palavras, me faz perder o ar? - sorriu bobamente - É por isso que te amo, todos os dias você me sentir a mulher mais amada, adorada, e feliz do mundo!
 Ele então se virou de lado na cama, e beijou a testa dele, depois a olhou fixamente desenhando toda a linha do seu rosto até chegar ao seu dorso e lá depositou outro beijo, olhou-a novamente e fixou-se em seu olhos e lhe disse:
- Não irei fazer loucas promessas de amor, pois não quero um amor maluco, quero um amor real, e talvez até eterno, não irei prometer estar 24 horas do dia com você, pois não quero sufocar o nosso relacionamento, as vezes sentir saudades é até bom pra sabermos o quanto aquela pessoa é essencial, mas posso te prometer, que em qualquer hora do dia que precisar de mim, estarei do teu lado.
 Com os olhos ternos o olhou, adorava o que via, tão desarmado, tão sincero, tão... tão perfeito, e ao ver aquela imagem quase até angelical sentia o seu coração bater mais forte, com tal intensidade que pensou que fosse morrer, fechou seus olhos e foi ao encontro de seus lábios, e antes que os tocasse escutou um barulho, e era um despertador a tirando novamente do seu sonho de amor.
- Ah! Despertador idiota! Porque sempre faz isso comigo? - Se afundando mais na cama fala meio depressiva - porque você teve que ir embora? - e com os olhos cheios de lagrimas olha para um porta-retrato onde havia uma foto de um jovem casal - Porque você me deixou aqui sozinha, sem você, sem tua presença, só com o teu cheiro que permanece em meus lençóis? Não aceito viver sem você, não aceito! - fechou novamente os olhos e tentou imagina-lo ali do seu lado novamente, preferia viver em eterno sono o tendo, do que acordada com a sua triste falta.
 Agora em um certo transe escuta uma forte batida em sua porta, e começa em pensamento praguejar, pois já sabia que era sua mãe que decidira se mudar uns tempos para sua casa com a intenção de "ajuda-la" a se recuperar
- Vamos Anne! Saia dessa cama por favor, abra os olhos! Tem 2 dias que não come e não bebe nada, pelo amor de Deus, seja forte! Não quero vê-la mal, já fazem 3 meses que ele morr... Se foi, você não pode ficar assim, ele jamais iria querer te ver assim! Ele amava a sua alegria, a sua vitalidade, a sua coragem, você não pode se deixar fraquejar assim, ele não ia querer isso! - a mãe fala, já chorando - minha filha, você está se matando assim, e me matando também... morrer não vai traze-lo de volta.

(continua)

Te quero assim.

Vem despido de ti,
Me mostra assim, o teu eu.
Vem logo pra mim,
Me pega assim,
Se da pra mim.
Vem, me beija aqui,
Me devora assim,
E me faz sentir desfeita em prazer.
Vem, faz meu corpo delirar com o teu,
Se perder com o teu,
Se encontrar no teu.
Faz-me querida, adorada.
Faz-me obra de arte aos olhos teus
Faz-me e desfaz-me, me erra, me acerta.
Quero ser teu alvo, e você que seja minha flecha.
Vem querido,
Te quero assim,
Despido de ti,
Pra mim,
Para nos fazermos assim,
Luz na escuridão.

Luana Duarte